Se o destino do pássaro é voar
O poeta sensato grita: voa !
E pelos ares o som ecoa
Onde o passarinho tem seu lar.
Nadando nas águas do ar
As correntezas que envolvem o corpo
Quem tem asas não está solto
No vazio não poderia planar.
E se assim o é, assim será ?
Ou deveria supor-se ponderar
O sentido da vida lhe retirar ?
Se julguei importante a liberdade
E lhe dei o caráter uno de verdade
O absolutismo já não é unanimidade
Ao saber que meu canto será de saudade
Quando olhar pela janela
Procurando no céu sua silhueta
Mirando nas asas abertas
Nas tardes de feira, na sexta
À identificar entre tantos o ponto
Que poderá desmanchar num sorriso
Na expressão do poeta de tonto
Por notá-lo voando esguio
Cantarolando a sorte do seu destino
Zanzando de lá pra outro lado
A magia de ter vindo ao mundo alado
Na verdade esse blog é, além de um espaço de expressão pessoal, uma fuga cibernética e ponte de acesso à alguns textos, poesias, talvez acontecimentos, visando a evolução artística e descarrego sentimental do eu lírico que é senão, expressão pura do Ser !
sábado, 23 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Estopim Urbano
E a cidade que brilha na noite
através da sacada do apartamento,
arde a chama branda que queima
perversões e intenções de alimento.
Fagulhas pululam nas beiras
e nos centros as almas incendeiam.
O álcool os pensamentos des-clareiam
a mente dos indivíduos urbanos.
Em meio à sujeitos estranhos,
explode em um ato mundano
o coração, a impulsão, o movimento.
Qual o limiar de separação do momento
em que a paz dá lugar ao sofrimento,
e que a guerra dos homens se torna alento ?
Se pronunciando em uma rajada,
não é o vento mas deixa rasgada,
o seio que cabia em uma palmada.
Os corpos não suam nem nada
gotejando os pingos da dor:
as lágrimas que não despertam o torpor
e o sangue que choraminga a vida,
escorrendo pelo corpo da menina
que agora tem a boca tingida
do branco oposto ao vinho do seu batom.
E as notas de sua voz já não tem o tom
das palavras cantadas naquele velho som
Pois os lábios finos de cor marina
só escorrem o gosto da brisa.
através da sacada do apartamento,
arde a chama branda que queima
perversões e intenções de alimento.
Fagulhas pululam nas beiras
e nos centros as almas incendeiam.
O álcool os pensamentos des-clareiam
a mente dos indivíduos urbanos.
Em meio à sujeitos estranhos,
explode em um ato mundano
o coração, a impulsão, o movimento.
Qual o limiar de separação do momento
em que a paz dá lugar ao sofrimento,
e que a guerra dos homens se torna alento ?
Se pronunciando em uma rajada,
não é o vento mas deixa rasgada,
o seio que cabia em uma palmada.
Os corpos não suam nem nada
gotejando os pingos da dor:
as lágrimas que não despertam o torpor
e o sangue que choraminga a vida,
escorrendo pelo corpo da menina
que agora tem a boca tingida
do branco oposto ao vinho do seu batom.
E as notas de sua voz já não tem o tom
das palavras cantadas naquele velho som
Pois os lábios finos de cor marina
só escorrem o gosto da brisa.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Carta à um amigo !
Quão
mensurável é o tempo
no coração do apaixonado?
Do homem que
quer tê-la por perto,
e não pode
segurá-la.
É a ampulheta
do deserto,
hesitando em
resgatá-la.
Em trazê-la
consigo no vento,
que já moveu
moinho, hoje move montanhas.
Mas no
interior das suas entranhas,
só soube
trazer lembrança,
ventando o
frescor do seu sorriso,
a melodia do
teu riso,
que mudou como
muda o tempo, repentino,
machucando em
castigo,
ao trazer
consigo
as memórias
antigas,
que haviam
sido esquecidas,
abriu
novamente a ferida.
Aquela triste
despedida,
em que se
findou um laço
(este apenas
formalizado),
pois dói ainda
aquele amargurado
no coração do apaixonado!
À Primeira Vista - Daniela Mercury
Som lindo demais na voz de uma mulher e tanto como a Daniela, molhando as palavras de Chico César !
Tendo a Lua - Paralamas
Um dos melhores sons daquela que é uma das melhores bandas do
Brasil, claro, na minha humilde opinião!
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Dolor
Lágrima salina que escorre
Que sofrimento não esconde
A água benta da dor
Que brotou de um amor
Ele também se dissolve
No consumo da alma
Na ausência da calma
Numa previsão que morre
Palavras pontudas soluçadas
Eclodem da garganta engasgada
E hoje não canta nem nada
A canção de nós dois
Há quanto tempo foi
Que a gente esqueceu de se amar
E alocou em seu lugar
Sentimento ruim
Que eu nunca quis pra você nem pra mim
Quem é aquele quem diz
Que o amor chegaria ao fim
Que sofrimento não esconde
A água benta da dor
Que brotou de um amor
Ele também se dissolve
No consumo da alma
Na ausência da calma
Numa previsão que morre
Palavras pontudas soluçadas
Eclodem da garganta engasgada
E hoje não canta nem nada
A canção de nós dois
Há quanto tempo foi
Que a gente esqueceu de se amar
E alocou em seu lugar
Sentimento ruim
Que eu nunca quis pra você nem pra mim
Quem é aquele quem diz
Que o amor chegaria ao fim
Manha
Entre nossos dedos
São a flor e o beijo
O bombom e o seio
De amargo só o café
Na cama com cafuné
E um pouco de queijo
Beijinho no queixo
Gôsto de goiabada
Em boca lambuzada
De menina espivetada
Que quando chora faz beicinho
Cara de quem quer carinho
Pra parar de soluçar
Foi só abrir um sorriso
Em boca de menino
Que seu beijo foi pra lá
O toque de veludo
Na consistência do felpudo
Sopro que recai sobre mim
Da tua boca de jasmim
Que sai o vento de alecrim
Contra Ataque
O zagueiro
recuperou a bola na intermediária
Soltando a bola
no pé do lateral esquerdo
Que aplicou a
giradinha do Zidane, que é clássica
Invertendo num
cruzamento rumo lateral direito
O contra-ataque
é assim que funciona
Pensamento,
ação e instinto em estímulos rápidos
Toques, passes
e cruzamentos no melhor estilo "dá e toma"
Futebol puro e
despido de matemática e esquema tático
Na ponta
direita o dono da bola avança
Toca no alto
para que receba no peito
O atacante que
domina com categoria a responsa
De mudar a
história e rumo do jogo inteiro
Passando do
meio do campo correndo em velocidade
Gingando pra
lá e cá desfilando seu afrikan soul
Finta um
zagueiro e até dois com muita facilidade
Pra encaixar
na forquilha um foguete direto no gol!
Resgate
Quanto tempo a
gente espera pra sentir
Um
sentimento que era vivo outrora?
Se
é que imaginaríamos existir
O
de antes tão forte e intenso quanto agora?
Saber que te ligar ou não podia gerar um aperto
Daqueles
que maltratam e aceleram o coração
Me
lançaram em queda livre em pleno céu aberto
Mas
antes de decolar, pregaram os pés ao chão
E seu charme que em tanto me encanta
Combinado
ao seu jeito sempre esguio
Hoje
até me retraem e lançam
Contra
dúvidas e medos num lugar escuro e frio
Se mistério é teu nome, me chamo insegurança
Nessas
situações é difícil de se enxergar no escuro
Tentar
transformar suas forças em esperanças
Pra
poder no fim colher um fruto maduro
E eu penso comigo quem dera pudesse ser de novo
Em
que deitados e juntos te acolhi num abraço
Onde
a silhueta do teu corpo deixou de ser escopo
Quanto
te senti pulsante apertada entre meus braços
Caos
Porque
eu tenho a vocação para ser zen
Toda
essa bagunça eu sei que não vou suportar
É a
guerra que está aí, nos ouvidos a ecoar
Gente matando gente e vice-versa também
Nos
congressos de paz se discute uma intervenção
O
mesmo teatro de sempre, amigo. Mas que desdém
São
pétalas de flores? Não! São tiros de canhão
De um lado e de outro ninguém mais se compreende
Pois
o respeito mútuo nunca esteve presente
Se
você pensa que algo mudou por conta da tecnologia
É
porque você não viu quanto custa uma vacina
Escancaradamente nosso povo vive excluído
Sofrendo
as mesmas dores dos povos antigos
Dois,
três, quatro mil anos de evolução
Mas
no prato do cidadão só pingam migalhas de pão
Insônia
No meio da noite sem sono
Isso é insônia!
Se no banheiro do bar é translúcido
Não tem amônia!
Na noite mais fria do ano eu não tenho
quem abraçar
Mas isso é escolha, fruto do meu livre
arbítrio
Não vou ferir quem não merece só pra lhe
agradar
Por um momento, siga sua razão
Ponha o pé no chão pra começar a
caminhar
Pois só assim você vai dar sossego ao
seu coração
É preciso estar pousado para decolar
E aí sim, quando no alto você estiver
Junto de ti eu vou estar
Alçando voo em algum lugar qualquer
No
Pacífico, pra gente se amar
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