Tem toda uma lua
lá fora, e uma noite vazia na pequena cidade. Só o barulho dos carros na
estrada longínqua que zunem suas velocidades altas no meio da madrugada. O
vento também sopra na copa das árvores que não conseguem dormir, o vento não
deixa. Mas o sofrimento delas é o entretenimento do indivíduo que rola na cama
sem achar o sono. Quando não o tiritar dos galhos, todos os pensamentos sobre a
vida, sobre os amores, sobre os anseios. Mas isso é até bom quando, não havendo
tempo no restante do dia que é tomado por todo um repertório de obrigações e
deveres. Um tempinho só pra ele mesmo, apesar do cansaço, um tempinho pra ele construir
os sonhos e as possibilidades da vida e também sobre a mulher amada, quando não
os erotismos que ele descobre em algumas garotas e a eventualidade de uma noite
de amor. Não há nada de mais, o moralismo só existe quando da reunião das
pessoas. Ele sabe que com todo mundo é assim. Todo mundo pensa assim, todo
mundo tem esse tempinho e que todo mundo arquiteta (ir)realidades vertiginosas.
Talvez o mundo fosse uma loucura se todo o tempo disponível fosse dedicado só
pra isso, mas talvez não fosse tão insensível quanto o que nós vivemos. Ele só
pode colher os frutos que o mundo dele oferece, e esse mundo não oferece nada
que fuja muito do normal. É a cama o palco das maiores aventuras, o palco dos
desejos e o palco dos delírios, só é uma pena ser um mundo imaginário. E é uma
pena haver tão pouco tempo pra ele se dedicar ao palco e a si mesmo, até por que
ele quer se entregar logo ao sono pra não viver a realidade triste mais
penosamente do que já é, no dia seguinte, quando acordar cansado e com sono.
Ele tem que dormir, pois o próximo dia vem energético e ele precisa estar tão
energético quanto para não vacilar.
póóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó
ResponderExcluirQue morenaço!
ResponderExcluirMil grau o Blog
Axé do Aliado!