sábado, 23 de novembro de 2013

Preço do Apreço

Se o destino do pássaro é voar
O poeta sensato grita: voa !
E pelos ares o som ecoa
Onde o passarinho tem seu lar.
Nadando nas águas do ar
As correntezas que envolvem o corpo
Quem tem asas não está solto
No vazio não poderia planar.
E se assim o é, assim será ?
Ou deveria supor-se ponderar
O sentido da vida lhe retirar ?
Se julguei importante a liberdade
E lhe dei o caráter uno de verdade
O absolutismo já não é unanimidade
Ao saber que meu canto será de saudade
Quando olhar pela janela
Procurando no céu sua silhueta
Mirando nas asas abertas
Nas tardes de feira, na sexta
À identificar entre tantos o ponto
Que poderá desmanchar num sorriso
Na expressão do poeta de tonto
Por notá-lo voando esguio
Cantarolando a sorte do seu destino
Zanzando de lá pra outro lado
A magia de ter vindo ao mundo alado

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Estopim Urbano

E a cidade que brilha na noite
através da sacada do apartamento,
arde a chama branda que queima
perversões e intenções de alimento.
Fagulhas pululam nas beiras
e nos centros as almas incendeiam.
O álcool os pensamentos des-clareiam
a mente dos indivíduos urbanos.
Em meio à sujeitos estranhos,
explode em um ato mundano
o coração, a impulsão, o movimento.
Qual o limiar de separação do momento
em que a paz dá lugar ao sofrimento,
e que a guerra dos homens se torna alento ?
Se pronunciando em uma rajada,
não é o vento mas deixa rasgada,
o seio que cabia em uma palmada.
Os corpos não suam nem nada
gotejando os pingos da dor:
as lágrimas que não despertam o torpor
e o sangue que choraminga a vida,
escorrendo pelo corpo da menina
que agora tem a boca tingida
do branco oposto ao vinho do seu batom.
E as notas de sua voz já não tem o tom
das palavras cantadas naquele velho som
Pois os lábios finos de cor marina
só escorrem o gosto da brisa.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Carta à um amigo !

Quão mensurável é o tempo
no coração do apaixonado?
Do homem que quer tê-la por perto,
e não pode segurá-la.
É a ampulheta do deserto,
hesitando em resgatá-la.
Em trazê-la consigo no vento,
que já moveu moinho, hoje move montanhas.
Mas no interior das suas entranhas,
só soube trazer lembrança,
ventando o frescor do seu sorriso,
a melodia do teu riso,
que mudou como muda o tempo, repentino,
machucando em castigo,
ao trazer consigo
as memórias antigas,
que haviam sido esquecidas, 
abriu novamente a ferida.
Aquela triste despedida,
em que se findou um laço
(este apenas formalizado),
pois dói ainda aquele amargurado

no coração do apaixonado!


À Primeira Vista - Daniela Mercury


Som lindo demais na voz de uma mulher e tanto como a Daniela, molhando as palavras de Chico César !

Tendo a Lua - Paralamas



Um dos melhores sons daquela que é uma das melhores bandas do Brasil, claro, na minha humilde opinião!