quinta-feira, 16 de abril de 2020

Pérola

Encontrei no mar e só lá poderia
No turvar de ondas em caraminholas e brisa
Uma ostra com duas pérolas que em seu interior escondia
Cintilavam em resposta ao sol, de nome determinação e alegria

Juravam ostra, mas eu bem vi em forma humana
Pérolas que na verdade eram olhos com requinte de porcelana
Que não só de brilho em belo tom que descansa
Mas de intenção incerta que enlouquece ou amansa

Pescadores, aventureiros e homens de toda a sorte
Nos mais bravos mares de convite a morte
Desbravaram ondas a testar sua sorte
Brincando entre si a separar o fraco do forte

Inocentes ou tolos em pensar que em suas mãos reside
Irresponsáveis a definir quem sua liberdade omite
No seu devir de homem de a natureza tolher
E o tolo vício do apego de sempre vencer

Se atropelam e enrolam em seu agir de ganância
O competir lidera e coloca em segunda instância
O fruto da cobiça já nem muito importa
Tampouco sua beleza originária nem mais encanta
No meu pensar distinto eu me revelo prudente
Sem alardear o pensamento que levo entrementes
Mas aqui confesso ainda quem em som ausente
Mas de curiosidade pulsante e clamor estridente:

As luzes que brilham e aos homens desatina
Se revela doce pra mim, ainda que em morada marina

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Inside Out

Involved in nature alone and cold
Thoughts searching for a north where to hold

Agony and anxiety resting in my shoulders and chest
Attempting to my breath, mind looking for a rest

Sleepy and contracted I remain laid down on the floor
Making me a simple guest of myself's host
And a mix of feelings about after, now and before
Tormenting myself and it looks like a ghost

I feel it, absorve it, dedicate its needed atention
Used to it, storm doesn't cause me anymore apprehension

Fear dissipates without lefting sequel
Nightmares and dreams sometimes feels equal

Up and down, life is also an aurora
Fresh wind proove feels like I'm gonna
Peace given as a sign of order
Let's enjoy, time's no longer harder

In a blink of eyes, much things between dreams remain
Like a window, eyes opening and things look the same
Don't fool yourself and watch with vision of change
Try lookin inside I realized the great I became

Awaked but not on a literally restriction
Not even noticed while searching inside
Seeing clearer now bounderies' restriction
Nature expressed into its wild


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Poema de Brasis

Quis Deus que a aquarela
De tonalidades verdes, azuis e amarelas
Trouxesse consigo a mais bela
Que existe entre todas as cores.
De onde vieram os rumores
Tremendo na pele dos tambores
Quando viu um sorriso desabrochar?
E ela com seu aspecto singular
Tão logo soltou seu perfume ao ar
Derpertou no homem o amor,
Que ouviu seu tom e beijou seu odor
De Jasmin, sua pele e textura de flor
No seu gracejo de beleza
Como é doce a incerteza
E até mesmo a estranheza
Com que teve que lidar
Com ela que veio de lá
Das terras orientais das Índias
Fazendo os mesmos caminhos cabrais
Que aportou em terras brasis
De índias em vestidos naturais,
Que na inocência de crianças
Não suportaram a pujança
De vê-la em suas corridas e andanças
Quando aqui veio desembarcar.
Fosse o mundo um caminho só
E não esse emaranhado de fluências e nós
O que iria acontecer entre nós ?
E mesmo no encontro de continentes
Em tempos passados futuros e presentes
Quis Ele fosse isso pertinente
E me dando assim como quem dá um presente

A dádiva de lhe admirar !

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Ciclo dos Dias



Vídeo do nosso projeto de Produção Cultural Artística, lá pelos anos de 2008 no Guaracy !

sábado, 23 de novembro de 2013

Preço do Apreço

Se o destino do pássaro é voar
O poeta sensato grita: voa !
E pelos ares o som ecoa
Onde o passarinho tem seu lar.
Nadando nas águas do ar
As correntezas que envolvem o corpo
Quem tem asas não está solto
No vazio não poderia planar.
E se assim o é, assim será ?
Ou deveria supor-se ponderar
O sentido da vida lhe retirar ?
Se julguei importante a liberdade
E lhe dei o caráter uno de verdade
O absolutismo já não é unanimidade
Ao saber que meu canto será de saudade
Quando olhar pela janela
Procurando no céu sua silhueta
Mirando nas asas abertas
Nas tardes de feira, na sexta
À identificar entre tantos o ponto
Que poderá desmanchar num sorriso
Na expressão do poeta de tonto
Por notá-lo voando esguio
Cantarolando a sorte do seu destino
Zanzando de lá pra outro lado
A magia de ter vindo ao mundo alado

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Estopim Urbano

E a cidade que brilha na noite
através da sacada do apartamento,
arde a chama branda que queima
perversões e intenções de alimento.
Fagulhas pululam nas beiras
e nos centros as almas incendeiam.
O álcool os pensamentos des-clareiam
a mente dos indivíduos urbanos.
Em meio à sujeitos estranhos,
explode em um ato mundano
o coração, a impulsão, o movimento.
Qual o limiar de separação do momento
em que a paz dá lugar ao sofrimento,
e que a guerra dos homens se torna alento ?
Se pronunciando em uma rajada,
não é o vento mas deixa rasgada,
o seio que cabia em uma palmada.
Os corpos não suam nem nada
gotejando os pingos da dor:
as lágrimas que não despertam o torpor
e o sangue que choraminga a vida,
escorrendo pelo corpo da menina
que agora tem a boca tingida
do branco oposto ao vinho do seu batom.
E as notas de sua voz já não tem o tom
das palavras cantadas naquele velho som
Pois os lábios finos de cor marina
só escorrem o gosto da brisa.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Carta à um amigo !

Quão mensurável é o tempo
no coração do apaixonado?
Do homem que quer tê-la por perto,
e não pode segurá-la.
É a ampulheta do deserto,
hesitando em resgatá-la.
Em trazê-la consigo no vento,
que já moveu moinho, hoje move montanhas.
Mas no interior das suas entranhas,
só soube trazer lembrança,
ventando o frescor do seu sorriso,
a melodia do teu riso,
que mudou como muda o tempo, repentino,
machucando em castigo,
ao trazer consigo
as memórias antigas,
que haviam sido esquecidas, 
abriu novamente a ferida.
Aquela triste despedida,
em que se findou um laço
(este apenas formalizado),
pois dói ainda aquele amargurado

no coração do apaixonado!