quinta-feira, 16 de abril de 2020

Pérola

Encontrei no mar e só lá poderia
No turvar de ondas em caraminholas e brisa
Uma ostra com duas pérolas que em seu interior escondia
Cintilavam em resposta ao sol, de nome determinação e alegria

Juravam ostra, mas eu bem vi em forma humana
Pérolas que na verdade eram olhos com requinte de porcelana
Que não só de brilho em belo tom que descansa
Mas de intenção incerta que enlouquece ou amansa

Pescadores, aventureiros e homens de toda a sorte
Nos mais bravos mares de convite a morte
Desbravaram ondas a testar sua sorte
Brincando entre si a separar o fraco do forte

Inocentes ou tolos em pensar que em suas mãos reside
Irresponsáveis a definir quem sua liberdade omite
No seu devir de homem de a natureza tolher
E o tolo vício do apego de sempre vencer

Se atropelam e enrolam em seu agir de ganância
O competir lidera e coloca em segunda instância
O fruto da cobiça já nem muito importa
Tampouco sua beleza originária nem mais encanta
No meu pensar distinto eu me revelo prudente
Sem alardear o pensamento que levo entrementes
Mas aqui confesso ainda quem em som ausente
Mas de curiosidade pulsante e clamor estridente:

As luzes que brilham e aos homens desatina
Se revela doce pra mim, ainda que em morada marina

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